Quarenta mortos em seis dias no hospital Walfredo Gurgel
Publicação: 03/05/2012 08:21 Atualização: 03/05/2012 11:41
De Jéssica Barros, especial para o Diário de Natal
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de 40 pacientes morreram entre a última sexta-feira e ontem no Hospital
Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), maior hospital público do Rio Grande
do Norte, por complicações em seus quadros clínicos decorrentes da falta
de medicamentos e condições de trabalho para os servidores prestarem o
devido socorro. As informações são do diretor do Sindicato dos
Trabalhadores da Saúde do RN (SindSaúde), Marcelo de Melo. A direção do
hospital, no entanto, confirmou o óbito de 16 pacientes no período. A
situação problemática do Walfredo ganhou repercussão na mídia nacional
na última terça-feira. Um dia antes, o Ministério Público Estadual (MPE)
havia realizado uma inspeção na unidade, constatando uma série de
irregularidades que devem ser formalizadas em relatório. A crise na
saúde pública potiguar também passa pela paralisação dos médicos e
demais servidores da área.
O Walfredo Gurgel se encontra sem diretoria geral a cerca de quinze dias - nesse período as diretorias administrativa, financeira e de enfermagem estão respondendo pelo hospital. A reportagem do Diário de Natal esteve no hospital na manhã de ontem e constatou que, mesmo com a pouca movimentação, pacientes faziam filas em macas espalhadas pelos corredores do HWG aguardando atendimentos e transferências. Como é o caso do paciente Antônio Pereira de Melo, diabético e que aguarda há 20 dias em uma maca por uma vaga no Hospital Ruy Pereira (antigo Itorn). Ele reclama da demora no atendimento, das filas e péssimas condições dos banheiros. O paciente diz que até a troca de um curativo é difícil com a greve dos servidores da saúde, que dizem não ter tempo para o atendimento básico nem para a troca do soro, restando aos pacientes esperar. "A gente vem tratar de uma patologia e corre o risco de pegar outra aqui", relata ele.
Desabastecimento
Para o diretor do SindSaúde, Marcelo de Melo, os problemas de superlotação e atendimento no Walfredo Gurgel não são novidade. Marcelo conta que faltam medicamentos como sedativos, anestésicos, antibióticos e anticoagulantes, dificultando o trabalho dos profissionais que nada podem fazer. "A gente está lidando com a vida humana, essa situação tem que ter um basta", diz ele.
O diretor do sindicato diz que faltam também itens básicos como lençóis no hospital e os pacientes, principalmente idosos, têm que contar com a ajuda da família para trazer casacos e lençóis de casa para que não morram de frio com o ar condicionado do hospital à noite.
O Walfredo Gurgel se encontra sem diretoria geral a cerca de quinze dias - nesse período as diretorias administrativa, financeira e de enfermagem estão respondendo pelo hospital. A reportagem do Diário de Natal esteve no hospital na manhã de ontem e constatou que, mesmo com a pouca movimentação, pacientes faziam filas em macas espalhadas pelos corredores do HWG aguardando atendimentos e transferências. Como é o caso do paciente Antônio Pereira de Melo, diabético e que aguarda há 20 dias em uma maca por uma vaga no Hospital Ruy Pereira (antigo Itorn). Ele reclama da demora no atendimento, das filas e péssimas condições dos banheiros. O paciente diz que até a troca de um curativo é difícil com a greve dos servidores da saúde, que dizem não ter tempo para o atendimento básico nem para a troca do soro, restando aos pacientes esperar. "A gente vem tratar de uma patologia e corre o risco de pegar outra aqui", relata ele.
Desabastecimento
Para o diretor do SindSaúde, Marcelo de Melo, os problemas de superlotação e atendimento no Walfredo Gurgel não são novidade. Marcelo conta que faltam medicamentos como sedativos, anestésicos, antibióticos e anticoagulantes, dificultando o trabalho dos profissionais que nada podem fazer. "A gente está lidando com a vida humana, essa situação tem que ter um basta", diz ele.
O diretor do sindicato diz que faltam também itens básicos como lençóis no hospital e os pacientes, principalmente idosos, têm que contar com a ajuda da família para trazer casacos e lençóis de casa para que não morram de frio com o ar condicionado do hospital à noite.
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